domingo, 1 de julho de 2012

Miséria

Não existe miséria maior, que a de espírito. Mesmo rodeada de toda e qualquer riqueza material que o mundo pode oferecer, você reconhece uma alma pobre de longe. Não estou falando de fazer maldades ou oprimir. Até mesmo para ser mau, é preciso ser corajoso, ser grande. A pobreza da alma é algo muito inferior, é mesquinho, é pequeno. Já convivi com a pobreza material extrema quando trabalhei como professora em uma comunidade muito carente. Nunca me esqueço da aluna que comia Tenaz na aula, "porque parecia muito leite condensado". A pobreza material dói, arrasa, não cheira bem. Mas mesmo assim, independente da compaixão, que nem todos têm, ela ainda inspira e gera sentimentos muitos profundos. As pessoas ditas pobres, porque não tem dinheiro para o sustento mais básico, ainda podem ser extremamente ricas. De alma. A miséria material não as impede de ainda ter o que oferecer. E aquilo que elas tem pra oferecer, vai ficar pra sempre. Assim, aprendi muito com o que recebi dos meus alunos. E sinto muito tê-los deixado, pois nunca mais recebi tanta gratificação. Nenhum salário cobre ou vale o que deixei pra trás. E hoje tento percorrer o caminho de volta, pois já aprendi o que realmente quero valorizar na minha vida. Agora, nada pode ser pior que a pobreza vinda da alma.Essa fede de verdade.  E não tem jeito. Pode-se ostentar  tudo o que o mundo tem de melhor pra oferecer. Mas os miseráveis de espírito serão reconhecidos pelos seus "amigos", seus valores, e muito pelo que sai da sua boca. E tudo que podem oferecer é perecível... Eles não escutam. É preciso falar muito pra preencher o vazio da alma. Tem memória curta. Desconhecem o sentido da gratidão. Precisam lhe mostrar, justificar. Não vão falar de "como foi". Vão (absurdamente) dizer "quanto custou"...É triste. Mas é uma realidade que me deprime. Eu ainda acredito nas pessoas, na roda viva dos relacionamentos humanos e na riqueza que a convivência nos tráz. Em muitos momentos qualquer um poderá estar percorrendo esse caminho de miséria espiritual sem perceber. É preciso estar atento sempre. Valorizar o que se é em detrimento do que se tem. Isso é até um clichê, mas pra mim tem grande sentido. Quer riqueza maior ter a capacidade de ser feliz em qualquer lugar? Ter condições de dar amor sempre? De ver em toda situação,por pior que seja, um aprendizado... ? Vamos buscar sempre a riqueza! A riqueza da alma em primeiro lugar! Equilíbrio entre o ser e o ter, que é secundário. Sem entrar na questão do caráter, mesmo milionário, a pobreza da alma vai lhe perseguir, vai lhe expor e vai lhe afastar do que realmente importa na vida. Pois o que fica mesmo, não tem PREÇO, tem VALOR.

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