segunda-feira, 30 de julho de 2012

Meu silêncio...

 
Eu acredito muito na força das palavras. Acho que tudo que se exterioriza seja na fala ou na escrita tem certo poder. Talvez seja realmente a força que move o mundo. Talvez por isso eu ame tanto a leitura e a escrita e tudo mais que a voz, as letras, ou as palavras podem fazer e transformar. Por isso eu também aprecio e uso muito o silêncio. A palavra é sagrada. Não consigo banalizar a palavra, porque acredito que a fala "formaliza", torna concreto o que é sentido. Quantas vezes nos enganamos nos sentimentos? Quantas vezes erramos em um julgamento? Guardemos a palavra ou então ela perde a força. Poderemos berrar aos quatro ventos, poderemos dizer e negar e dizer de novo mil vezes. Podemos errar e voltar atrás. Mas já era. Que força ou crédito tem os tagarelas que vomitam seus piores ou melhores pensamentos sem filtro algum? Existem sentimentos tão profundos que só deveriam ser ditos a quem se dirije. Hoje se fala demais. Se mente demais. Eu acredito em tudo que me dizem porque eu acredito muito em tudo que falo. E me calo muito, porque falo somente o que acho valer a pena. Mas ando repensando um pouco meu silêncio. Isso por causa das pessoas especiais que estão na minha vida e que amo tanto. A maioria delas não tem noção do meu sentimento, por que calo demais. Fico guardando, preparando, refinando aquele sentimento, esperando o momento solene...e o tempo vai passando. E eu fico sentada ao lado da pessoa, olhando tudo, apreciando, sentindo e tendo a certeza desse sentir..."puxa como é especial, como eu amo..." mas eu calo. Nem sempre basta ter essa certeza. Eu quero "formalizar" mais certos sentimentos. Os bons para os que amo e os ruins para os que me fazem mal. Ambos merecem. Tudo isso pra tentar justificar meu silêncio... O dizer se faz necessário pra quem ouve e pra quem explode em sentimento. 
Depois dessa última "temporada" e de como ficamos quase todo tempo com a respiração suspensa, esperando pra "soltar o ar", queria muito dedicar esse post à minha irmã mais velha, Paula. Sempre a admirei, mas a gente cresce e passa a gostar mais ainda do que admira. E como os grandes ficam maiores ainda nas dificuldades! Ficamos sim, um pouco sem ar, mas finalmente ele voltou aos nossos pulmões. A gente sempre pensa que não aguenta muito tempo, mas na hora surge uma força vinda sabe-se lá de onde e por fim, damos conta. E com essa, pude te ver maior ainda, pude TE VER. Sinto muito que a distância de metade de um país enorme como o nosso, nos impeça de viver essas aventuras que a dádiva de ser mãe e filha ao mesmo tempo nos proporciona. Eu queria mais que as férias, eu queria poder bater na tua porta a qualquer hora, eu queria dividir e somar mais... A cada temporada que passamos juntas, mais eu sinto o tempo perdido e mais eu vejo o quanto quero mais. E a despedida! Um turbilhão me sufoca, quero fugir e tudo que ofereço é o silêncio. Mas quando as pessoas se conhecem num nível de sangue...heheheh...esse silêncio talvez diga muito. Às vezes o silêncio cala somente, outras vezes, ele grita.

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