sábado, 6 de abril de 2013

Sobre o respeito...

Considerações sobre respeito...

Não confunda com educação.
Não se trata do tom de voz.
Tampouco consiste em apenas calar-se.
Também não vale só com pessoas mais velhas.
Respeitar não significa concordar ou ceder.
Tem muito mais a ver com empatia.
Significa perceber o outro.
Respeito de verdade vem de dentro.
Começa primeiro, consigo mesmo.
Primeiro,me percebo.
E então, me respeito.
Só então, posso perceber o outro.
O que não sou eu, o que me é externo.
E o percebo, não avalio, não julgo.
Considero, lhe concedo tudo que me permito e espero.
O que posso, ele também pode.
Por fim, sei que respeito, quando desejo ao próximo o mesmo que quero pra mim.
Independente das diferenças, quando entrego toda a minha sinceridade e ainda assim, o percebo como meu reflexo.
Somos mesmo todos iguais, tentando ser diferentes?
Não importa.
O que me importa, é não me impor.
O que me importa é que eu nunca deixe de entender, de receber e de ter respeito.
Por mim e por ti também.

Pronto.
Voltei a escrever. E era isso que queria exteriorizar hoje.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Vou me jogar...

Se jogar é o segredo. Se jogue na vida. Se jogue no amor. Se jogue no trabalho. Se jogue no que é do bem. Se jogue. Se lambuze. Se permita. Não importa se alguém estiver olhando. O que vão ver? A sua alegria? Os seus tombos? A sua força ao se levantar? As suas descobertas e conquistas? O que importa? Se entregue ao prazer de ser livre. Livre-se dos medos, dos receios, dos preconceitos. Se jogue!

sábado, 20 de outubro de 2012

Sombria

Tem uns dias que as piores dores da alma, aquelas que são só tuas

mesmo, tornam tudo sombrio demais. E

 na impossibilidade de dividir, a solidão mais intensa que se pode

sentir, te assola como nunca. O abismo é

 tamanho que a força não pode vir de fora. Somente a tua própria

força tem algum poder pra te (re)erguer.

Em alguns momentos, precisamos mesmo ser sozinhos. Parar.

Fechar os olhos e se enxergar.

Feliz de quem gosta do que vê.


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Estou apaixonada por essa música...

Sonho De Uma Flauta


O Teatro Mágico


Nem toda palavra é

Aquilo que o dicionário diz

Nem todo pedaço de pedra

Se parece com tijolo ou com pedra de giz



Avião parece passarinho

Que não sabe bater asa

Passarinho voando longe

Parece borboleta que fugiu de casa



Borboleta parece flor

Que o vento tirou pra dançar

Flor parece a gente

Pois somos semente do que ainda virá



A gente parece formiga

Lá de cima do avião

O céu parece um chão de areia

Parece descanso pra minha oração



A nuvem parece fumaça

Tem gente que acha que ela é algodão

Algodão as vezes é doce

Mas as vezes né doce não



Sonho parece verdade

Quando a gente esquece de acordar

O dia parece metade

Quando a gente acorda e esquece de levantar

Hum... E o mundo é perfeito

Hum... E o mundo é perfeito

E o mundo é perfeito



Eu não pareço meu pai

Nem pareço com meu irmão

Sei que toda mãe é santa

Sei que incerteza traz inspiração



Tem beijo que parece mordida

Tem mordida que parece carinho

Tem carinho que parece briga

Tem briga que aparece pra trazer sorriso



Tem riso que parece choro

Tem choro que é por alegria

Tem dia que parece noite

E a tristeza parece poesia



Tem motivo pra viver de novo

Tem o novo que quer ter motivo

Tem sede que morre no seio

Tem nora que fermata quando desafino



Descobrir o verdadeiro sentido das coisas

É querer saber demais

Querer saber demais



Sonho parece verdade

Quando a gente esquece de acordar

O dia parece metade

Quando a gente acorda e esquece de levantar



Mas sonho parece verdade

Quando a gente esquece de acordar

E o dia parece metade

Quando a gente acorda e esquece de levantar

E o mundo é perfeito

E o mundo é perfeito

E o mundo é perfeito...



sábado, 4 de agosto de 2012

O banco do ônibus...

Outro dia escrevi sobre a minha necessidade de manifestar mais meus sentimentos. Tantos os bons quanto os ruins...Mas hoje eu vou relatar um fato vivi essa semana onde a minha paciência e meu silêncio me retribuiram muito positivamente. Depois de um dia de trabalho cansativo ao extremo, cheio de abacaxis e outras frutas, subi em um ônibus relativamente vazio. Tinha opção de escolha. Mas sentei em um banco qualquer, sem pensar. Acontece que era daqueles que tem tipo um "braço" ou grade do lado. Acontece também que a senhora já sentada na janela estava longe da mesma e meio atravessada no banco com sacolas no colo e uma delas entre a janela e seu corpo. Só percebi isso depois de sentar. Tentei ficar o máximo que pude na direção do corredor, mas estava meio impossível. Como se não bastasse ela me empurrava cada vez mais pra fora, presionando o corpo de acordo com as curvas do ônibus. A essa altura, não sobravam mais lugares. Cheguei a pensar em ir de pé com meu salto alto latejando...mas peraí!!! A digníssima senhora, muito bem vestida e maquiada, parecia ter passado a tarde fazendo compras, eu estava trabalhando o dia inteiro e pensava ir 40 minutos de pé para deix´-la mais a vontade?  E meu propósito de falar mais, de me defender mais??? Fiquei firme, sendo empurrada, ouvindo resmusgos, tomando cotoveladas e pesando com meus botões porque as pessoas andam assim, tão folgadas, mal educadas, sem respeito algum ao direito do próximo...Abri minha boca diversas vezes pra pedir licença, olhei diversas vezes para me certificar que ela carregava uma sacola entre a janela e ela, como se pra impedir mesmo que sobrasse espaço no banco, me senti um lutador de boxe e MMA treinando a esquiva para evitar as cotoveladas no rosto. Fiquei com a marca da grade ao lado do corpo. Eu ia pensando que estava tudo perdido mesmo, não existe mais respeito, as pessoas só pensam em si, querem levar vantagem em tudo. Se ela tivesse muito cheia de sacolas, eu mesmo me ofereceria pra ajudar, mas não era o caso. Era uma sacola de uma loja de roupas que esteve em promoção essa semana, não estava cheia. Foi posta ali para evitar que alguém sentasse mesmo. Mas eu não vi antes. Teria evitado minha indignação silenciosa, a minha raiva contida. Ela fazia questão de tentar me tirar do banco durante todo o percurso, mexendo na bolsa, comendo e espalhando farelos em mim,jogando o pacote pela janela, falando alto ao celular,  com o braço levantado no meus rosto, e eu tentando sublimar, fechando os olhos. A cada curva, quase deitava no meu colo pra me empurrar. kkkk Agora eu posso até rir da cena de comédia pastelão de periferia. Mas na hora estava mesmo estragando meu dia e abalando minha fé na humanidade. Já fiquei divagando sobre se vale mesmo a pena colocar mais filhos no mundo, com as pessoas ignorantes que andam por aí, fiquei triste mesmo e a única coisa que fiz, foi não ceder. Mas fiquei pensando em mil coisas, "vou empurrar tbm"( o que fiz algumas vezes aproveitando as curvas...kkk), vou dizer isso ou aquilo, quando levantar vou xingar...mas ficava me policiando, medindo se valeria a pena, o que eu ganharia...? Me lamentava pela injustiça e iria embora engolindo toda a minha raiva daquela senhora tão mal educada, com aquela atitude ignorante. Quando peguei minha bolsa pra levantar do banco e descer...achei que ainda levaria uma sacolada, pois ela ergueu  a sacola que a deixava distante da janela e tirava espaço do banco e, tendo eu mal levantado, ela jogou onde eu estava sentada, com um resmungo indecifrável... e eu além de indignada, furiosa comigo por não fazer nada! Por que eu não disse nada, eu estava no direito de sentar ali, o banco não era só dela, como pareceu ser a sua intenção. Se tivesse outro assento, com certeza eu sairia, abriria mão, como faço muito, para evitar qualquer confronto. Pensava eu, enquanto me dirigia pra porta, o que eu estava ganhando com isso? Com o silêncio, cedendo sempre??? O que eu ganho meu Deus??? Mas bem, foi bem nesse momento que tive uma resposta e é só por ela que estou relatando tudo isso aqui. Uma outra senhora, sentada em outro banco, que eu nunca vi na vida assim com a primeira, e que com certeza, não tinha percebido nada do meu suplício, me lançou um sorriso tão lindo, tão luminoso, nossa...um rosto simples, humilde até, visivelmente cansado, olhou pra mim e sorriu de uma maneira que me atingiu com um força tão poderosa, tão difícil de explicar! Do nada. Só me olhou e sorriu, sem dizer nada. Mas foi um sorriso que parecia um presente naquele momento. Ela se comunicou comigo muito abertamente naquela hora. Respondeu todas as minhas perguntas. Por que, tentem entender: ela não sorriu porque ficamos nos olhando, e as vezes acontece. Quando levantei a cabeça e a olhei, ela já estava me olhando e sorrindo. Era um sorriso diferente, era uma resposta a toda a minha indignação. Imaginem um sorriso de uma pessoa amiga ou que te ama, te admirando, falando do seu amor com o sorriso...foi assim. A porta do ônibus abriu e minha reposta mecânica foi avançar e descer. Mas eu esqueci instantâneamente de todo mal que a nobre senhora em dia de compras, havia me causado. Eu estava me sentindo elevada com aquele presente, eu não lembrava mais do sentimento tão ruim que me dominava antes daquele sorriso tão bonito, tão sincero e gratuito. Eu pude ter a certeza da escolha da minha conduta. Paciência e resignação às vezes têm recompensas. Perceber e dar valor ao que importa é o segredo. Naquele momento foi. Pra mim. Não sei se verei aquele sorriso de novo, mas se encontra-lo de novo, gostaria de poder agradecer. Se em tudo isso,me arrependo de algo, é dessa parte que não fiz.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

Meu silêncio...

 
Eu acredito muito na força das palavras. Acho que tudo que se exterioriza seja na fala ou na escrita tem certo poder. Talvez seja realmente a força que move o mundo. Talvez por isso eu ame tanto a leitura e a escrita e tudo mais que a voz, as letras, ou as palavras podem fazer e transformar. Por isso eu também aprecio e uso muito o silêncio. A palavra é sagrada. Não consigo banalizar a palavra, porque acredito que a fala "formaliza", torna concreto o que é sentido. Quantas vezes nos enganamos nos sentimentos? Quantas vezes erramos em um julgamento? Guardemos a palavra ou então ela perde a força. Poderemos berrar aos quatro ventos, poderemos dizer e negar e dizer de novo mil vezes. Podemos errar e voltar atrás. Mas já era. Que força ou crédito tem os tagarelas que vomitam seus piores ou melhores pensamentos sem filtro algum? Existem sentimentos tão profundos que só deveriam ser ditos a quem se dirije. Hoje se fala demais. Se mente demais. Eu acredito em tudo que me dizem porque eu acredito muito em tudo que falo. E me calo muito, porque falo somente o que acho valer a pena. Mas ando repensando um pouco meu silêncio. Isso por causa das pessoas especiais que estão na minha vida e que amo tanto. A maioria delas não tem noção do meu sentimento, por que calo demais. Fico guardando, preparando, refinando aquele sentimento, esperando o momento solene...e o tempo vai passando. E eu fico sentada ao lado da pessoa, olhando tudo, apreciando, sentindo e tendo a certeza desse sentir..."puxa como é especial, como eu amo..." mas eu calo. Nem sempre basta ter essa certeza. Eu quero "formalizar" mais certos sentimentos. Os bons para os que amo e os ruins para os que me fazem mal. Ambos merecem. Tudo isso pra tentar justificar meu silêncio... O dizer se faz necessário pra quem ouve e pra quem explode em sentimento. 
Depois dessa última "temporada" e de como ficamos quase todo tempo com a respiração suspensa, esperando pra "soltar o ar", queria muito dedicar esse post à minha irmã mais velha, Paula. Sempre a admirei, mas a gente cresce e passa a gostar mais ainda do que admira. E como os grandes ficam maiores ainda nas dificuldades! Ficamos sim, um pouco sem ar, mas finalmente ele voltou aos nossos pulmões. A gente sempre pensa que não aguenta muito tempo, mas na hora surge uma força vinda sabe-se lá de onde e por fim, damos conta. E com essa, pude te ver maior ainda, pude TE VER. Sinto muito que a distância de metade de um país enorme como o nosso, nos impeça de viver essas aventuras que a dádiva de ser mãe e filha ao mesmo tempo nos proporciona. Eu queria mais que as férias, eu queria poder bater na tua porta a qualquer hora, eu queria dividir e somar mais... A cada temporada que passamos juntas, mais eu sinto o tempo perdido e mais eu vejo o quanto quero mais. E a despedida! Um turbilhão me sufoca, quero fugir e tudo que ofereço é o silêncio. Mas quando as pessoas se conhecem num nível de sangue...heheheh...esse silêncio talvez diga muito. Às vezes o silêncio cala somente, outras vezes, ele grita.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

REPITA COMIGO: EU MERECI!!!


Deve mesmo doer muito.
Graças a Deus não sei!
Posso vir a descobrir...
Também não sei!
Enquanto isso, procuro me cuidar.
Ops!
Me cuidar não.
Cuidar de quem me ama!
Acredito que minha conduta me "imuniza".
Cuidando de quem me cuida.
Valorizando quem me valoriza.
Sendo grata.
Sendo verdadeira. Comigo. E com o outro.
Aceitando o diferente.
Percebendo a afinidade.
Sei oferecer a minha ausência e meu silêncio.
Sendo humana e portanto...errando muito.
Mas acertando também.
Geralmente não peço nada em troca...
Geralmente...
Só o mais básico. Ética. Respeito. Educação.
Não crio expectativas. Faço se acho justo.
E vou "cuidando do broto, colhendo cor e perfume, com alguns espinhos doloridos".
Mas essa dor, nunca senti.
Falo do abandono. Do desprezo. Do total esquecimento.
E geralmente, o abandonado não compreende, não aceita.
Quando acontecer comigo, tenho uma certeza.
Não vou me lamentar.
Não vou julgar.
Porque certamente...vou MERECER!
Vou esquecer a educação que tive.
Vou desrespeitar.
Vou ser ingrata.
Vou ter inveja.
Vou falar mal pelas costas.
VOU MERECER!
Deixo uma dica aos abandonados
seja por uma amigo ou por um amor:
Olhe-se no espelho onde é preciso fechar os olhos pra enxergar.
É preciso ser muito maduro, consciente e resolvido para perceber.
Ninguém é abandonado de graça. Não mais de uma vez...ou sempre.
O que dura na sua vida? Qual sua capacidade de voar e mesmo assim ter raízes e porto seguro.
Falo de amores e amizades...Conquistar é dom. Manter é caráter.
Deve mesmo doer.
Um conselho: (não mandei vc vir aqui ler...)
REPITA COMIGO: EU MERECI!
E esqueça também. Se liberte. Siga em frente. Todos erram. Nem todos tentando acertar.
E essa é geralmente a causa do abandono. Mas já era...
Amor e amizade são cristais raríssimos e delicados. Uma vez quebrados...
Esqueça. Começe de novo. Aprenda
E volte ao início desse post.
Educação.
Respeito.
Ética.
Gratidão...
etc...etc...

domingo, 1 de julho de 2012

Miséria

Não existe miséria maior, que a de espírito. Mesmo rodeada de toda e qualquer riqueza material que o mundo pode oferecer, você reconhece uma alma pobre de longe. Não estou falando de fazer maldades ou oprimir. Até mesmo para ser mau, é preciso ser corajoso, ser grande. A pobreza da alma é algo muito inferior, é mesquinho, é pequeno. Já convivi com a pobreza material extrema quando trabalhei como professora em uma comunidade muito carente. Nunca me esqueço da aluna que comia Tenaz na aula, "porque parecia muito leite condensado". A pobreza material dói, arrasa, não cheira bem. Mas mesmo assim, independente da compaixão, que nem todos têm, ela ainda inspira e gera sentimentos muitos profundos. As pessoas ditas pobres, porque não tem dinheiro para o sustento mais básico, ainda podem ser extremamente ricas. De alma. A miséria material não as impede de ainda ter o que oferecer. E aquilo que elas tem pra oferecer, vai ficar pra sempre. Assim, aprendi muito com o que recebi dos meus alunos. E sinto muito tê-los deixado, pois nunca mais recebi tanta gratificação. Nenhum salário cobre ou vale o que deixei pra trás. E hoje tento percorrer o caminho de volta, pois já aprendi o que realmente quero valorizar na minha vida. Agora, nada pode ser pior que a pobreza vinda da alma.Essa fede de verdade.  E não tem jeito. Pode-se ostentar  tudo o que o mundo tem de melhor pra oferecer. Mas os miseráveis de espírito serão reconhecidos pelos seus "amigos", seus valores, e muito pelo que sai da sua boca. E tudo que podem oferecer é perecível... Eles não escutam. É preciso falar muito pra preencher o vazio da alma. Tem memória curta. Desconhecem o sentido da gratidão. Precisam lhe mostrar, justificar. Não vão falar de "como foi". Vão (absurdamente) dizer "quanto custou"...É triste. Mas é uma realidade que me deprime. Eu ainda acredito nas pessoas, na roda viva dos relacionamentos humanos e na riqueza que a convivência nos tráz. Em muitos momentos qualquer um poderá estar percorrendo esse caminho de miséria espiritual sem perceber. É preciso estar atento sempre. Valorizar o que se é em detrimento do que se tem. Isso é até um clichê, mas pra mim tem grande sentido. Quer riqueza maior ter a capacidade de ser feliz em qualquer lugar? Ter condições de dar amor sempre? De ver em toda situação,por pior que seja, um aprendizado... ? Vamos buscar sempre a riqueza! A riqueza da alma em primeiro lugar! Equilíbrio entre o ser e o ter, que é secundário. Sem entrar na questão do caráter, mesmo milionário, a pobreza da alma vai lhe perseguir, vai lhe expor e vai lhe afastar do que realmente importa na vida. Pois o que fica mesmo, não tem PREÇO, tem VALOR.

Uma cena na rua, um choque de realidade.

Presenciei hoje uma cena que me chocou muito. Em uma frase que ouvi, eu pude vislumbrar um possível e péssimo futuro de um menino que não deve ter mais de dez anos. Eu andava pela rua, quando uma moça trazia pela mão o tal menino com o rosto inchado de chorar. Ela encontra uma conhecida, que pergunta: "Porque ele tá chorando?" Então ele dispara, num tom impossível de descrever aqui: " Eu to assim por causa da desgraçada dessa bandida!!!" Gritando, vociferando. Sei lá, foi um berro absurdo e a maneira como ele se dirigiu à mãe, a ausência total de qualquer vislumbre de infância na voz.Parecia um homem no mínimo alcolizado, em um ataque de cólera. Aconteceu que eles haviam saído da loja de brinquedos, à qual eu entrava. Me deparei com os funcionários em estado de choque, pq segundo eles a cena ali tinha sido mil vezes pior. Ninguém ria, ou ridicularizava a mãe, como seria comum. Estavam tristes, abismados, tentando entender. Parece que o cartão dela não passou na hora de pagar um brinquedo. Ali dentro, ele chutou, empurrou a mãe, chamando-a de vagabunda, bandida, e afins. E ela: imóvel, sem reação. Não os conheço, não sei sua história. Mas a violência daquelas palavras dele, que pude ouvir e inclusive me assustar pelo volume, me permitem ao menos me questionar: se com dez anos ele reaje assim, o que vai fazer com essa mãe, quando crescer um pouco mais e ela não puder contê-lo fisicamente? Como isso teve início? Em que momento ela perdeu o controle do filho? Será uma psicopatologia? Ninguém sabe agora. Mas pra mim, foi um choque de realidade. Triste. No mínimo. Se não for algum distúrbio, ou alguma história que possa ter algum tipo de justificativa, me pergunto que tipo de adulto será esse menino? Quantos mais existem assim por aí? Onde estamos falhando?

domingo, 24 de junho de 2012

O mais simples

Gosto de todo tipo de música.
Mas a que me encanta precisa de silêncio pra ser ouvida.
Tem o ritmo do compasso mais primitivo...
Tum-tum, tum-tum, tum-tum...






Adoro todo tipo de arte.
Mas gosto mesmo daquela feita pelas nuvens,
numa exposição a céu aberto a qual acompanho
desde a infância...




Confio na ciência, na medicina e toda nova tecnologia.
Mas nada pode ser mais exato, poderoso ou efetivo
do que um sorriso amado...