sábado, 28 de abril de 2012

http://youtu.be/p90BLIb5N5o


"...ou não me suporta, ou dentro dessa porta tem mais coisa aí..."

Casamento: além da instituição.

Eu hoje queria fazer uma desabafo. Não que o que eu vou dizer, seja algo que me incomode muito. Mas de vez em quando eu escuto esse lugar comum e penso que teria muito o que responder, muito o que mostrar ou provar...mas eu nunca o faço. Dá preguiça...Que coisa chata! Mas é que esse é o meu espaço pra dizer o que eu penso no momento, né, e como recentemente ouvi um desses comentários, resolvi puxar essa "pauta". Do que estou falando? De casamento. Se tu, que está me lendo agora é desses que pensam ser impossível a idéia de que existe a possibilidade de ser feliz e ser casado ao mesmo tempo, já pode parar por aqui. Uma porque talvez não vá gostar do que vai ler e outra porque não pretendo convencer ninguém de nada. Quem pensa assim, deve merecer pensar assim, quem sou eu para julgar...
Aliás, julgamento todos nós fazemos todos os dias. Fazemos num dia, no outro nos contradizemos. Isso é inerente do "ser gente", faz parte da nossa primitiva humanidade. Agora, um cuidado que eu tenho, é justamente de manter essa "humanidade", onde na busca por evoluir, tenho consciência que nada é definitivo. Principalmente uma idéia, uma opinião. Me irrita realmente o certo costume que algumas pessoas tem de DEFINIR as coisas... Ora essa, definir não é dar fim??? Dar fim pra mim, é condenar à morte, único fim certo que sei existir. Então,  eu acho tão pequeno, tão ridículo reduzir um conceito à uma única idéia baseada no senso comum. SIM,  o casamento foi banalizado. SIM, muitas pessoas se separam. SIM, muitas pessoas vivem de aparência. Mas é só no casamento? Eu não desacredito na instituição, eu desacredito nas pessoas muitas vezes. As pessoas,ou melhor,  a sociedade está muito superficial, ágil demais, indolor demais e...sem graça demais. E casamento...casamento é profundidade, é dor, é a cada dia, um dia de cada vez. Eu, particularmente, nunca enxerguei o peso da instituição na minha relação. Eu enxergo a ele e a mim, enxergo o que somos juntos e o que queremos ser juntos. Com muita transparência e paciência. Família comercial de margarina só existe na TV. Espaço é tudo. É preciso ter e dar espaço. Espaço pra estar chato, pra estar feio, pra estar cansado, pra estar sozinho. Não existe receita. Mas "tinha que ser" numa relação acho que não existe. "Tinha que querer" faz mais sentido. E só se quer, se se ama. Se admira. "O maior afrodisíaco da vida é a admiração." e concordo com o Herbert Vianna. Ou será que esses "críticos" de plantão pensam que as coisas vem prontas, que a gente casa e é só curtir e deixar rolar. Olha, até onde sei, o trabalho é duro e é diário. São batalhas diárias onde em alguns dias se ganha em outros se perde e tu continua na guerra por gosto. Mas eu não estou aqui, pra dar receita pra ninguém, nem pra me vangloriar de nada. Eu ainda não venci guerra nenhuma. Eu estou aqui pra dizer que não falo de quem critica simplesmente o casamento. Cada um sabe dos seus motivos pra gostar ou não, pra acreditar na instituição ou não. Se bem que quem mais critica é quem já perdeu a guerra, né? E pior, nunca mais conseguiu entrar numa batalha de novo. Mas dizer que é impossível? Dizer que não existe quem seja feliz casado e ponto final??? Ponto final??? Eu sofro muito isso. Escuto os comentários, ou fico sabendo...heheh. Vejo o olhar das pessoas...tipo "ah tá Cláudia, senta lá..." "vivem de aparência..." "se acomodaram, coitados..." Como eu já disse, na maioria das vezes, ai, me dá preguiça...não tenho necessidade alguma de rebater. Eu vivo uma verdade. Eu não preciso provar pra ninguém o que eu vivo...As pessoas que me importam, sabem disso. E basta. Mas tem tempo que eu queria escrever sobre isso.Mesmo sabendo que a crítica é infundada.  Até porque geralmente essa crítica vem de gente solitária, sei lá eu por qual motivo. Há quem goste de viver sozinho. E se baste. Boa! Mas tem que ter saco pra ouvir esse tipo de coisa de gente incompetente afetivamente. Gente que não mantém nem amizade, emprego, endereço, quanto mais um amor duradouro... Liberdade é uma coisa, incompetência é outra. Eu gosto de gente que batalha muito, que não desiste rápido, que toma decisões de entrar e sair, começar e terminar fundamentadas. Dá pra ser livre e ser coerente. Por vezes, quando está acontecendo alguma coisa muito bacana comigo, mesmo depois de tanto tempo de relacionamento e de casamento, essas críticas me vêm em mente. E eu rio... mas não rio sozinha. Sabem que as pessoas lutaram muito pra ter o direito de se casar? Que casamento já foi considerado subversivo até mesmo para a igreja? Nós heteros, já lutamos tanto quanto os homossexuais lutam hoje por esse direito. Vc percebe? A minha opinião é que a instituição está realmente em declínio nessa nossa sociedade "ágil e indolor" de hoje, as pessoas se casam mais tarde, abordam o casamento com certa hostilidade até, e então vem os homossexuais e querem participar! Querem institucionalizar a tão defendida pelos "conservadores" estabilidade oferecida pela família, que na verdade já construíram. Estão aí, se unindo, formando lares, criando filhos e tentando, numa atitude "reacionária" nos ensinar novamente a acreditar no casamento como um bem para a sociedade. Não que o casamento seja uma condição para as famílias e para a criação de "cidadãos conscientes" e tal, isso é uma discussão muito longa. Mas nessa minha defesa aqui, onde acredito que não é a instituição que determina a duração da felicidade de duas pessoas, aproveitei para defender também o casamento gay. Já que nós heteros estamos maltratando tanto o casamento, deixemos que eles o recuperem e lhe dê a devida dignidade e significado. Por que é isso. Casamos porque QUEREMOS. Nas suas muitas mutações ao longo da história, há muito o casamento deixou de ser OBRIGAÇÃO. Vemos ainda hoje, gente muito jovem se atirando nesse sonho, achando que vai ser entrar, sentar e é só receber. E então quebram a cara em seguida. E colocam a culpa na instituição!!! Eu entrei nessa muito jovem, seguindo sim um preceito familiar. Mas tive além da sorte de me apaixonar e ser correspondida e ter nele um companheiro,um verdadeiro parceiro,  muita vontade de fazer a coisa dar certo. Só exigi sempre uma condição para mim e para ele: mesmo naqueles dias mais ruins, ter certeza da escolha. Estar bem com essa escolha e saber que existem os dias ruins. Isso é vida real. O pra sempre é para os imortais ou para a ficção. Sempre não é todo dia. Voltando à minha pauta original (ora ainda estou falando de casamento, não é...) eu só queria me indignar um pouco com essa babaquice que por vezes percebo no olhar das pessoas que julgam uma relação de muitos anos como uma simples acomodação. Aos que fracassaram nessa batalha essa pode ser a posição mais fácil para conviver com as suas próprias frustações...Aos que desacreditaram por inúmeros motivos, tudo bem. NADA é pra sempre mesmo. É enquanto durar. Eu também não acredito que é preciso ser casado pra ser feliz, pelo contrário. Não há nenhuma imposição para ser feliz, a gente é ou não e pronto. Nem sei se dá pra ser feliz, concordo mais com o ESTAR. Podem ter a certeza, que quando eu não estiver SENDO feliz, o casamento vai acabar. E por ter esse pensamento sempre alerta, talvez estejamos tanto tempo juntos. Agora, depois disso tudo, porque as pessoas insistem em ter a mesquinha, pequena e fácil opinião, quase uma certeza, de que pessoas casadas há muito tempo são infelizes e acomodadas??? Felizes são os solteiros, que acordam uma semana em uma cama diferente e vivem mil e uma aventuras. É assim? Definitivo assim? Mais reflexão, mais leitura de mundo, mais profundidade por favor!!! Generalizar e julgar assim é tão...nem sei a apalavra!O solteiro pode sim ser bem feliz assim e conheço muitos e muitas que o são. Não é porque estou casada que vou julgar como errado. O amor é livre. A felicidade tem que ser livre. As pessoas tem que ser verdadeiras consigo mesmas. E quanto a isso eu posso deitar a cabeça no meu travesseiro e durmir bem tranquilinha... Amar alguém e ser feliz com ela vai muito além de uma instituição ou de qualquer imposição social. Eu só sei que muitas coisas nos unem a alguém e tudo vem de uma decisão e posição muito pessoal, vem do querer. E do fazer também. Chega. Já divaguei demais por hoje. Vou poetizar um pouquinho então, em homenagem ao amor, aos amantes, aos felizes e ao casamento (homo ou hetero!). Segue então, um poeminha meu e um do Neruda, na ordem...

 
Enredo

Nós somos muitos nós.
Nos enrolamos e enredamos de um jeito
que não há ninguém no mundo
que nos (ó) desate.
A não ser "nós" mesmos... 
(lLiliane)


Dois...

Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A se olharem...
Pensar talvez:
“Paralelos que se encontram no infinito...”
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas.
(Pablito)



sábado, 7 de abril de 2012

Áudio e vídeo...

Eu vejo esse som
Escuto bem aquela imagem
Barulho demais
Cores absurdas
Uma cegueira doída e audível
Quero mais silêncio
Quero só o arco-íris
a glória dos sentidos
é sentir sem nada ver e ouvir!



Dorothy

E o meu lar sou eu
Meu refúgio
Minha escuridão
Minhas entranhas abertas para receber
O meu lar
Minha chegada
E sempre a minha saída
Sem meu lar, não me encontro
Paredes são espelhos
O reflexo mais profundo
O abrigo mais seguro
"Não há lugar como o nosso lar!"
Não há lugar como o meu eu
Fecham -se janelas
Abrem-se portas
O meu lar é minha fuga certa
Onde não há como se esconder
Que o ar circule por entre as paredes
Que o vento renove as estações
Deixo o sol, finalmente, brilhar em mim
Eu, o meu lar
"There´s no place like home!"

Voltando...

Então... estou voltando. Ou tentando. A minha rotina está muuuito corrida, e o tempinho que me sobra, tenho que aproveitar. Estive também um tempo sem internet em função da nossa obra, depois sem meu Vaio amado, é...isso é a vida real bebê! Mas, como ficar sem escrever eu não consigo, o velho e bom caderninho de papel funcionou que foi uma beleza!!! Aos poucos, vou tentar postar algumas coisas, só  pra manter o registro. Outras, vão ficar por lá mesmo, porque estou num daqueles momentos que a exposição me assusta. E esse blog, também é o meu caderninho, também sou eu. Finalmente, nosso tão alimentado sonho se realizou. Nossa casa nova ficou pronta. Logo, fiquei curtindo tudo que envolve essa nossa conquista. Arrumar, decorar e ver cada pedacinho que a gente tanto idealizou...todo dia quando acordo, ainda penso que estou sonhando, mas agora...é real! Muito feliz, mas muito feliz mesmo, quero dividir esse sentimento todos aqueles que nos querem bem. Agora é curtir o ninho...